Bernardo Bertolucci foi um renomado cineasta e guionista italiano.
Em 1972, a sua primeira obra-prima, Último Tango em Paris, escandalizou meio mundo. Em 1987, consagrou-se com O Último Imperador, que recebeu nove Óscares, incluindo os de melhor filme e melhor realizador (ou diretor). Um Chá no Deserto (em Portugal) ou O Céu Que Nos Protege (no Brasil), de 1990, é outra das suas obras-primas. São vários os filmes aclamados e os prémios recebidos.
O Pequeno Buda, de 1993 e realizado por Bertolucci, é um dos filmes budistas mais conhecidos. Keanu Reeves faz o papel de Siddhartha, o jovem príncipe que viria a se tornar num Buda.
Segundo a sinopse na Wikipédia:
“Um dia, ao voltar para casa, o arquitecto Dean Conrad (Chris Isaak) encontra dois monges budistas tibetanos, Lama Norbu (Ruocheng Ying) e Kenpo Tensin (Sogyal Rinpoche), sentados na sua sala de estar, conversando com Lisa (Bridget Fonda), a sua esposa.
Guiados por vários sonhos perturbadores, os monges viajaram do Nepal até Seattle pois acreditam que uma criança de 10 anos, Jesse (Alex Wiesendanger), o filho de Dean, possa ser a reencarnação de Lama Dorje Geshe Tsultim Gyelsen), um lendário e místico budista. Inicialmente Dean e Lisa estão céticos, especialmente quando os monges manifestam interesse em levar Jesse para o Butão, na intenção de comprovar ou não se ele é a reencarnação de Lama Dorje.
Porém após o suicídio de Evan, um sócio de Dean, este muda de ideia. Após deixar Lisa nos Estados Unidos, Dean viaja com o filho para o Butão.”
Falta referir que o enredo é passado na época moderna, mas ao longo do filme é contada a história do Buda, estando entre as melhores cenas do filme. Destaca-se também a banda sonora de grande qualidade, composta por Ryuichi Sakamoto.
Segundo o Adherents, numa entrevista de 1993 com Ruth Sullivan, no The Guardian, Bertolucci disse: “Não é que eu me tornei budista, mas queria fazer um filme simples. que as crianças entendessem”. No entanto, durante a entrevista, Bertolucci estava com um mala (rosário) budista tibetano que usava à volta do pescoço.
Tonetti, no seu livro Bernardo Bertolucci: The Cinema of Ambiguity, deixa claro que Bertolucci estava profundamente envolvido no estudo do budismo antes e durante as filmagens do Pequeno Buda, fez o filme a partir de uma perspectiva budista e até mesmo anexou uma pequena estátua do Buda à sua câmara de filmar. O interesse de Bertolucci e o estudo do budismo começou em 1963, trinta anos antes do lançamento de Pequeno Buda”.
Também durante as filmagens de Um Chá no Deserto, segundo Tonetti, ele estava pensando em Buda e lendo textos sobre o budismo. O seu interesse era tão evidente que o ator John Malkovich deu ao realizador uma pequena estátua de Buda.
O seu último filme, Io e Te, foi lançado em 2012 e também se pode encontrar algumas conexões com o budismo.
A 26 de Novembro de 2018 e com 77 de idade, devido a um cancro nos pulmões, Bertolucci faleceu na cidade de Roma.
Veja também:
- O Pequeno Buda [Filme completo + clips]
- [Vídeo] A Vida do Buddha – Trechos do filme “Pequeno Buddha”
- [Música] Ryuichi Sakamoto – Acceptance (Little Buddha / Pequeno Buda – OST)
- O que é o Budismo? Quem foi o Buda?
- O que o Buda descobriu e qual a sua obra?
- [Vídeo-Áudio] A História de Gotama, O Buddha: do nascimento à morte
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