Certa vez, um mestre e seu discípulo, ambos monges, praticavam seus exercícios respiratórios e meditativos à beira de um lago. E meio aos seus exercícios eles ouviram algo cair na água, e logo notaram que um escorpião havia se desprendido acidentalmente de um galho de uma árvore e agora se debatia na água, lutando pela própria vida.
Rapidamente, sem pensar muito, o mestre rapidamente se levantou da sua postura meditativa e foi socorrer o escorpião. No entanto, ao pegar o escorpião com a mão para salvá-lo da morte certa, acabou sendo picado e com a dor da picada derrubou novamente o escorpião na água. O mestre então pegou um galho e, com todo o cuidado, tirou o escorpião da água, colocando-o na margem do rio, num lugar seguro.
Vendo isso, o discípulo que tinha observado tudo, mas mal tinha se levando questionou o mestre: “Mestre, por que o senhor fez isso? Mesmo sabendo que o escorpião é um animal peçonhento, instintivo, e sua natureza é atacar.”
Então o mestre disse: “A natureza do escorpião é atacar, mas isso não muda a minha natureza, que é ajudar…”
Fonte: Histórias para a Sabedoria – Uma Ontologia de Koans, Contos, Lendas e Parábolas Orientais.
Compilação e Edição de: Shén Lóng Fēng.
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