Cânones do Budismo

Nesta página estão expostas as ligações para os textos canónicos dos 3 ramos ou tradições do budismo, inclui também ligações para algumas análises e comentários. No final da página poderá consultar alguns links com mais informações sobre os cânones e escrituras do budismo.

Os 3 ramos e o Cânone correspondente:
(1) Theravada: Utiliza o Cânone Páli, também chamado de Tipitaka. Uma parte substancial deste cânone está traduzido para português.
(2) Mahayana: Utiliza o Cânone Chinês, que inclui o conteúdo do Cânone Páli, Sutras Mahayana, alguns Tantras e outros textos, inclusive textos de outras tradições religiosas. Os Tantras e Sutras Mahayana são essencialmente traduções das escrituras em sânscrito, sendo que algumas das escrituras originais em sânscrito não sobreviveram. Vários Sutras Mahayana estão traduzidos para português.
(3) Vajrayana: Utiliza o Cânone Tibetano, que inclui o conteúdo do Cânone Páli, Sutras Mahayana, Tantras e outros textos. Sutras Mahayana e Tantras também são traduções do sânscrito.

Existem outras escrituras que quase não sobreviveram até aos dias de hoje, como por exemplo os textos de Gandhara.

Clique Aqui para ver uma Selecção de Suttas que inclui os seguintes tópicos: A vida do Buda, Primeiro Ensinamento, As 4 Nobres Verdades, Conselhos para viver bem, Meditação, Kamma, Sila, Vivendo e Morrendo, Compreendendo a Realidade, Origem Dependente, Vida Monástica, Nibhana e iluminação, Selecção de Sutras Mahayana. E no artigo referente ao livro “Nas Palavras de Buda”, de Bhikkhu Bodhi, poderá conferir os Suttas disponibilizados nessa mesma obra.

Theravada
Cânone Páli
Mahayana
Cânone Chinês
Vajrayana
Cânone Tibetano

Theravada

Websites
Nestes sites poderá consultar as escrituras do Cânone Páli, bem como outros textos e comentários.

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MAPA DO CÂNONE PÁLI | TIPITAKA

I. Cesto da Disciplina (Vinaya Pitaka) (3 divisões)

  1. Suttavibhanga (Análise de Regras)
  2. Khandaka (Coleções)
    1. Mahavagga (Grande Divisão) (10 capítulos)
    2. Cullavagga (Pequena Divisão) (12 capítulos)
  3. Parivāra (Sumários)

II. Cesto dos Discursos (Sutta Pitaka) (5 coleções)

  1. Dīgha Nikāya (Coleção dos Discursos Longos) (34 suttas em 3 divisões)
    1. Silakkhandha-vagga (A Divisão da Virtude)
    2. Maha-vagga (A Grande Divisão)
    3. Patika-vagga (A Divisão Patika)
  2. Majjhima Nikāya (Coleção dos Discursos Médios) (152 suttas em 15 divisões)
    1. Mulapariyaya-vagga (A Divisão do Discurso sobre a Raiz)
    2. Sihanada-vagga (A Divisão do Rugido do Leão)
    3. Tatiya-vagga (A Terceira Divisão)
    4. Mahayamaka-vagga (A Grande Divisão dos Pares)
    5. Culayamaka-vagga (A Curta Divisão dos Pares)
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    6. Gahapati-vagga (A Divisão dos Chefes de Família)
    7. Bhikkhu-vagga (A Divisão dos Bhikkhus)
    8. Paribbajaka-vagga (A Divisão dos Errantes)
    9. Raja-vagga (A Divisão dos Reis)
    10. Brahmana-vagga (A Divisão dos Brâmanes)
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    11. Devadaha-vagga (A Divisão em Devadaha)
    12. Anupada-vagga (A Divisão Um a Um)
    13. Suññata-vagga (A Divisão do Vazio)
    14. Vibhanga-vagga (A Divisão das Análises)
    15. Salayatana-vagga (A Divisão das Seis Bases)
  3. Saṁyutta Nikāya (Coleção dos Discursos Agrupados Tematicamente) (2904 suttas em 5 divisões)
    1. Sagatha-vagga (A Divisão dos Versos)
    2. Nidana-vagga (A Divisão da Causalidade) audio_icon_2 text_icon
    3. Khandha-vagga (A Divisão dos Agregados) audio_icon_2 text_icon
    4. Salayatana-vagga (A Divisão das 6 Bases dos Sentidos) audio_icon_2
    5. Maha-vagga (A Grande Divisão)
  4. Anguttara Nikāya (Coleção dos Discursos Agrupados Numericamente) audio_icon(9557 suttas em 11 livros)
    1. Ekaka Nipata (Livro do Um)
    2. Duka Nipata (Livro dos Dois)
    3. Tika Nipata (Livro dos Três)
    4. Catukka Nipata (Livro dos Quatro)
    5. Pancaka Nipata (Livro dos Cinco)
    6. Chakka Nipata (Livro dos Seis)
    7. Sattaka Nipata (Livro dos Sete)
    8. Atthaka Nipata (Livro dos Oito)
    9. Navaka Nipata (Livro dos Nove)
    10. Dasaka Nipata (Livro dos Dez)
    11. Ekadasaka Nipata (Livro dos Onze)
  5. Khuddaka Nikāya (Coleção dos Livros Curtos) (15 livros)
    1. Khuddaka Pātha (Os Textos Breves)
    2. Dhammapada (O Caminho do Dhamma) [Ver Post: Comentários, ebook e audiobook] (423 versos organizados em 26 divisões)
    3. Udāna (Exclamações) (8 divisões, 80 Hinos)
    4. Itivuttaka (Assim foi dito) audio_icon_2 text_icon audio_icon (115 pequenos suttas em 4 nipatas)
    5. Sutta Nipāta (A Coleção de Discursos) (5 divisões, 71 suttas)
    6. Vimana Vatthu (Histórias das Mansões Celestiais) (7 divisões, 85 poemas) [Não disponível em português]
    7. Peta Vatthu (Histórias dos Fantasmas Famintos) (4 divisões, 51 poemas) [Não disponível em português]
    8. Theragāthā (Versos dos Monges Anciãos) (107 poemas/1279 gathas)
    9. Therīgāthā (Versos das Monjas Anciãs) (75 poemas/522 gathas) [Não disponível em português]
    10. Jātaka (Histórias dos Nascimentos) [Ver post] (547 histórias) [Não disponível em português]
    11. Niddesa: MahāniddesaCūḷaniddesa (Exposição) [Não disponível em português]
    12. Patisambhidā Magga (Caminho do Discernimento) (3 divisões, cada uma contendo 10 tópicos) [Não disponível em português]
    13. Apadāna: TherāpadānaTherīapadāna (Histórias) [Não disponível em português]
    14. Buddhavaṁsa (História dos Buddhas) [Não disponível em português]
    15. Cariyā Pitaka (Cesto da Disciplina) [Não disponível em português]
    16. Nettippakarana (O Guia) (Tipitaka Birmanes somente) [Não disponível em português]
    17. Petakopadesa (Divulgação) (Tipitaka Birmanes somente) [Não disponível em português]
    18. Milindapañha (As Questões de Milinda) (Tipitaka Birmanes somente)

III. Cesto da Doutrina Última (Abhidhamma Pitaka) (7 Livros) [Não disponível em português]

  1. Dhammasaṅganī (Classificação dos Dhammas)
  2. Vibhanga (O Livro dos Tratados)
  3. Dhātukathā (Discussão com relação aos Elementos)
  4. Puggalapaññatti (Descrição de Indivíduos)
  5. Kathāvatthu (Pontos de Controvérsia)
  6. Yamaka (O Livro dos Pares)
  7. Patthāna (O Livro das Relações)

Mahayana

Websites:

Sutras Mahayana traduzidos para português:


Vajrayana


MAIS INFORMAÇÕES (eng):


Nota pessoal
Obstáculos que principalmente um novato vai ter ao ler os suttas:

(1) O desconhecimento do verdadeiro significado de alguns termos em Páli ou Sânscrito e as suas traduções. Por exemplo o Buda nunca falou em sofrimento mas sim em dukkha, essa palavra em páli que normalmente é traduzida como sofrimento tem uma profundidade muito maior. Outro termo problemático, tanha traduzido como desejo, entre muitos outros. Sem levar isso em consideração vai-se ter um falso entendimento do que foi exposto nos suttas.
(2) Conhecer o contexto social, histórico e cultural da época em que o sutta foi proferido e escrito também é importante para a compreensão dos ensinamentos.
(3) Entender a quem se destina o ensinamento, o estado psicológico da pessoa e se é aplicável à nossa situação. Não é esperado que um leigo tenha o mesmo nível de prática que um monge. Alguns ensinamentos como por exemplo a contemplação das 32 partes repulsivas do corpo ou contemplação de cadáveres pode mesmo ser contraproducente para algumas pessoas.
(4) A identificação do que é simbolismo e alegoria e a sua compreensão. A identificação do que é ensinamento que não deve ser visto como uma simples alegoria.
(5) Interpretar alguma alegação como a fala de Buda, sendo que se forem comparados os suttas dos vários cânones e conhecendo o contexto da época podemos concluir que determinada alegação é improvável ter sido dita por Buda, que não está de acordo com o escopo de ensinamentos e que provavelmente foi alguma adição pessoal dos monges que escreveram o sutta. Ainda que os cânones sejam a melhor fonte das palavras do Buda, é de notar que o Buda não deixou nada escrito. Após a morte do Buda, os ensinamentos foram memorizados e preservados através da tradição oral, e só mais tarde foram escritos. Ao longo dos séculos eles foram testados e postos em prática.
(6) As escrituras nunca devem ser lidas de forma fundamentalista, pois embora não seja muito frequente, existem alegações que devem ser contestadas.
(7) Sem um bom nível de prática alguns ensinamentos podem ser incompreendidos, por isso o estudo deve ser acompanhado pela prática. Ao ler um um sutta, é melhor ter noção de que não se compreendeu do que acreditar que se compreendeu o que não foi na realidade bem compreendido. Alguns textos podem não fazer sentido num determinado momento, mas anos mais tarde, como mais sabedoria adquirida, começarem a fazer mais sentido.

Concluindo, existem suttas que se um novato for ler sem ter uma base, não vai compreender, até pode ficar com aversão e afastar-se do budismo por falta de entendimento.
Não é pretendido com este alerta intimidar as pessoas para não lerem os suttas, mas sim alertar para alguns obstáculos e da importância de estudar e não apenas ler. Para um Budista o contacto com os suttas é sempre importante. Um Mestre qualificado é uma mais valia para o praticante.


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