Alimentação Opinião e Perspetivas

Budismo e Vegetarianismo

Não é obrigatório os budistas serem vegetarianos ou vegans, mas existem boas razões para se cortar totalmente ou pelo menos reduzir o consumo de produtos de origem animal. Embora baseada em ensinamentos e certos factos, este post transmite uma opinião pessoal e não a visão de todos os professores e praticantes budistas.


Conteúdo:


Ser ou não ser vegetariano/vegan

Primeiramente, ninguém se deve sentir mais budista por ser vegetariano ou vegan, nem menos budista se não o é. Cada um percorre o seu caminho da forma que acha melhor e lhe é mais conveniente. Existem budistas que são vegetarianos com atitudes reprováveis, e budistas que não são vegetarianos com atitudes impecáveis. Ser vegetariano ou não ser, por si só, não torna alguém mais avançado no Caminho.

Buda e o Vegetarianismo

Há mais de 2500 anos, o Buda fundou uma ordem monástica, ele e os seus discípulos viviam da mendicância. Isso significava que se aceitava o que as pessoas tivessem para oferecer, incluindo carne, excepto se existisse a suspeita que algum animal fosse sacrificado para o Buda ou os discípulos.

Ou seja, existiam poucas exigências para com as pessoas que ofereciam o alimento. Os monges perambulavam pelas aldeias, vilas e cidades, e as pessoas ofereciam as sobras das suas refeições ou as confeccionavam com os ingredientes que possuíam para oferecer aos monges.

Buda diz o seguinte sobre as situações em que a carne deve ou não ser comida, e sobre os deméritos de sacrificar um animal:

“Existem três situações nas quais a carne não deve ser comida: quando for visto, ouvido ou suspeitado que o animal tenha sido sacrificado para o bhikkhu. Eu digo que carne não deve ser comida nessas três situações. Eu digo que há três situações nas quais carne pode ser comida: quando não for visto, ouvido ou suspeitado que o animal tenha sido sacrificado para o bhikkhu. Eu digo que carne pode ser comida nessas três situações.” (…)

“Se alguém sacrifica um ser vivo para o Tathagata ou seu discípulo, ele acumula muito demérito de cinco modos. Quando ele diz: ‘Vá e pegue aquele ser vivo,’ esse é o primeiro modo pelo qual ele acumula muito demérito. Quando aquele ser vivo experimenta dor e angústia ao ser conduzido com um cabresto, esse é o segundo modo pelo qual ele acumula muito demérito. Quando ele diz: ‘Vá e sacrifique aquele ser vivo,’ esse é o terceiro modo pelo qual ele acumula muito demérito. Quando aquele ser vivo experimenta dor e angústia ao ser sacrificado, esse é o quarto modo pelo qual ele acumula muito demérito. Ao oferecer ao Tathagata ou seu discípulo comida que não é permitida, esse é o quinto modo pelo qual ele acumula muito demérito. Qualquer um que sacrifique um ser vivo para o Tathagata ou seu discípulo acumula muito demérito desses cinco modos.”

– Buda, Jivaka Sutta (MN 55)

Numa conhecida história, Devadatta insta Buda a criar regras mais rigorosas, queria que todos os monges fossem vegetarianos estritos. Buda recusou.

Nos dias actuais, os monges que vivem da mendicância se regulam pelas mesmas regras, aceitam o que é oferecido, seja carne de porco, de sapo, ou lesmas, desde que não exista a suspeita que o animal foi morto para eles mesmos.

O Monge Ajaan Brahmavamso afirma o seguinte:

“Infelizmente, comer carne é muitas vezes visto pelos ocidentais como uma indulgência por parte dos monges. Nada poderia estar mais longe da verdade – eu fui um vegetariano estrito durante três anos antes de me tornar um monge. Nos meus primeiros anos como monge no Nordeste da Tailândia, quando eu bravamente enfrentava muitas refeições de arroz grudento e sapo fervido (inteiros, com os ossos do corpo e tudo), ou caracóis borrachudos, caril vermelho com formigas ou gafanhotos fritos, eu teria dado qualquer coisa para voltar a ser um vegetariano! No meu primeiro Natal no Nordeste da Tailândia um americano veio visitar o monastério mais ou menos uma semana antes do dia 25. Parecia bom demais para ser verdade, ele era dono de uma fazenda de perus e, sim, ele rapidamente entendeu como vivíamos e nos prometeu um peru para o Natal. Ele disse que iria escolher um bem gordo especialmente para nós … e meu coração afundou. Não podemos aceitar a carne sabendo que o animal foi abatido especialmente para os monges. Nós recusamos a oferta. Assim tive que me conformar com a refeição dos moradores dos vilarejos – sapos novamente.

Os monges não podem exercer escolha quando se trata de alimentos e isso é muito mais difícil do que ser um vegetariano. No entanto, podemos incentivar o vegetarianismo e se os nossos patrocinadores leigos trouxerem apenas comida vegetariana, sem carne, bem … os monges também não poderão se queixar! Que vocês entendam essa dica e sejam gentis com os animais.”

– Ajaan Brahmavamso
in Newsletter April-June 1990, Buddhist Society of Western Australia

Monges vegetarianos

Quando o budismo chega à China, a mendicância não era permitida nem bem vista na sociedade chinesa. Os monges tiveram de se adaptar à nova realidade e começaram a cultivar os seus próprios alimentos, sendo que matar um animal estava fora de questão. E assim começa um movimento vegetariano mais forte.

Em sutras Mahayana, como o Lankavatara Sutra, Surangama Sutra e o Sutra da Rede de Brahma, o Buda defende de forma mais rigorosa o vegetarianismo. Mas é bem provável que essas sejam adições posteriores por parte dos monges vegetarianos, pois não estão totalmente de acordo com os suttas mais antigos dos nikayas/agamas.

Acesso aos alimentos

Antigamente a facilidade com que se obtinha um alimento não era como nos dias de hoje. Se na China existiam recursos para que os monges conseguissem ter uma alimentação equilibrada, no Tibete, devido ao contexto climático e ambiental, essa era uma tarefa bem mais complicada. Não era possível com aquele clima uma agricultura que fornecesse uma boa variedade de alimentos. O comércio de produtos vindos de outras regiões era muito mais limitado. Além disso, devido às temperaturas extremamente baixas, as pessoas necessitavam de mais gordura. Por isso, o vegetarianismo nunca foi muito comum entre as pessoas e os monges tibetanos.

Nos dias de hoje

Actualmente, e principalmente no ocidente, a abundância de alimentos é grande. Claro que, nem todos temos esse privilégios, mas muitos de nós temos acesso a qualquer tipo de alimento, sejam eles produzidos no país em que vivemos ou no outro lado do mundo. Por isso, existe um maior incentivo para que os leigos que têm essa possibilidade diminuíam o consumo de produtos de origem animal ou sejam mesmo vegetarianos ou vegans e que privilegiem a oferta de comida vegetariana/vegan aos monges.

A informação sobre os problemas causados pela industria da carne, tanto em termos de sofrimento animal como a nível ecológico é grande. Além do enorme sofrimento causado nos animais, os recursos naturais para produzir apenas 1 kg de carne são significativamente superiores em comparação com a produção de vegetais, a poluição que essa industria provoca também é muito superior à da vegetariana.

Comparando com a época de Buda, os animais que iam ser abatidos viviam relativamente livres até ao momento final, os problemas ambientais causados eram reduzidos, mas hoje, a industria da pecuária intensiva causa um sofrimento muitas vezes superior.

Então, ser vegetariano ou vegan é mais benéfico?

Há quem argumente que do ponto de vista budista as plantas não são um ser senciente porque não possuem os 5 agregados e nem geram karma, mas que nelas habitam seres vivos; outros consideram a planta um ser vivo e senciente. Há quem argumente que segundo a ciência a planta não sente dor, outros tentam mostrar que uma planta também sofre.

Mas se virmos um porco a ser degolado enquanto grunhe de dor, vacas em cubículos quase sem se mexerem durante toda a sua vida, patos constantemente com um tubo na boca a serem alimentados à força para engordarem; e alguém a arrancar uma planta ou a dar uma dentada numa maça, o que nos causa mais impressão?

Mas supondo que as plantas até sofreriam mais que os animais, então ainda faria mais sentido evitar comer carne, pois um animal para consumo tem de ser alimentado com grandes quantidades de vegetais, estaríamos assim a causar ainda mais sofrimento do que se “matássemos” as plantas diretamente.

Independentemente se um vegetal sofre ou não sofre, o que é mais benéfico para nós e para o mundo? Se não há diferença entre matar uma planta e um animal, então por essa ordem de ideias haveria diferença entre matar um mosquito e um humano? O que causa mais, e o que causa menos sofrimento?

Só o facto de estarmos vivos já causamos sofrimento. O nosso corpo todos os dias dizima bactérias, na nossa higiene pessoal matamos milhões de minúsculos seres vivos. A agricultura também causa sofrimento em insectos e outros animais. Mas ainda que, seja impossível vivermos sem causar sofrimento, isso faz parte da vida, existem atitudes que o podem minimizar e outras que o podem maximizar.

Há quem argumente que uma das características do mundo é o dukkha, que vivemos num mundo ilusório e que em relação ao sofrimento causado é indiferente sermos ou não vegetarianos, que a única solução é o despertar ou iluminação. Mas esse não será um ponto de vista que também nós dá permissão para causar todo o tipo de danos? No budismo existe o conceito do absoluto e relativo e nós vivemos num mundo relativo, e no relativo existem atitudes ideais e menos ideais, mais correctas e menos correctas.

Também há quem diga que tudo é uno, na essência plantas e animais são o mesmo, que não devemos descriminar. Então baseado nessa ideia quer dizer que é aceitável comer pessoas? É aceitável sermos canibais? Comermos cães e gatos? Desse ponto de vista estaríamos a fazer uso da não-descriminação, mas a quase totalidade de todos nós concordará que não é algo aceitável. Essa não-descriminação que se está a apontar parece que não é total, que é apenas entre algumas espécies de animais e plantas. Dentro desse ponto de vista da não descriminação o que faria mais sentido até seria a não-descriminação entre qualquer espécie de animais, e por não se descriminar entre cães e vacas, entre gatos e porcos, entre animais humanos e não-humanos, o que faria mais sentido seria evitar o consumo de qualquer tipo de carne.

Ideias como a não-descriminação, absoluto e vacuidade, que vêm principalmente do Mahayana, são conceitos muito importantes mas têm os seus perigos. Por isso em algumas escolas Mahayana só são ensinados depois de outros conceitos e para o aluno mais avançado, caso contrário, existe o risco de parecer que são uma carta branca para se fazer qualquer coisa que se queira.

Existem diferentes níveis de sofrimento que se pode causar, diferentes consequências kármicas segundo o budismo. O Buda reconhecia os diferentes níveis de sofrimento e por isso não aceitava carne de um animal sacrificado especificamente para ele. Mesmo matar um ser humano, do ponto de vista budista tem consequências kármicas diferentes conforme o ser que se mata. Por exemplo, matar um Buda, Arahant, Boddhisatva, pai e mãe, tem consequências piores em relação a outros humanos; matar um bom ser humano tem consequências kármicas mais negativas que matar um mau ser humano.

Nós podemos ter os nossos próprios motivos para comer carne, tais como por motivos de saúde, genética, por não termos acesso a uma alimentação vegetariana equilibrada, por apego ao sabor da carne, por a nossa compaixão ainda não ser tão abrangente, por causa das nossas limitações, etc. Mas achar que contribuir para o sofrimento e morte dos animais que comemos está ao mesmo nível que contribuir para a morte de plantações agrícolas, na minha opinião é apenas uma desculpa para nos sentirmos bem connosco mesmos. Se admitirmos as nossas fragilidades, estaremos a ser mais verdadeiros connosco. Essas desculpas são uma consequência de um processo psicológico chamado de dissonância cognitiva, ou seja, no geral a pessoa tem uma consciência ética que a leva a considerar que é errado infligir sofrimento a animais, geralmente ninguém se sente bem ao ver um animal a ser maltratado, porém, o seu comportamento não é coerente com a sua consciência ética, o que a leva a todo o tipo de desculpas esfarrapadas.

Contribuindo ou não para a pecuária ou outras formas de exploração animal

O Buda, apesar de geralmente aceitar a carne que lhe era oferecida, se recusava a aceitar carne de um animal abatido especificamente para ele, dessa forma, ele não contribuía para a matança de animais e o sofrimento associado. O Buda informa do demérito que advém quando matamos um ser vivo.

Quando vamos por exemplo comprar uma galinha, o animal já está morto e pronto a ser comprado, não fomos nós que o matamos nem foi morto especificamente para nós. Porém, o stock tem de ser reposto e um animal vai ter de ser morto, por isso, indirectamente estamos a contribuir para o sofrimento e a morte de mais animais e de todos os problemas ambientais associados. Temos a nossa cota-parte de responsabilidade quando adquirimos qualquer produto de origem animal.

Em nossa defesa, podemos usar o argumento da intenção dos actos. A intenção tem uma importância relevante na construção do bom ou mau karma. Podemos argumentar que não tivemos intenções negativas ao comprar carne, e de facto isso é uma atenuante do “mau karma”, mas não é um comportamento totalmente inócuo. Quer gostemos quer não, me parece factual que estamos a contribuir para que a exploração animal continue e consequentemente para o sofrimento que daí advém.

Mas suponhamos que não existe qualquer sofrimento no processo de exploração a que os animais são sujeitos, será que dessa forma seria aceitável a sua exploração e consequente morte? Tendo nós alternativa ainda continuava a ser um problema, afinal, qualquer ser senciente pretende experienciar a vida e evitar a morte.

Conclusão

Quem é vegetariano ou vegan não se deve sentir mais budista, quem não é não se deve sentir menos budista. Ser vegetariano não torna a pessoa mais perto do despertar. Existem excelentes mestres que por motivos diversos não são vegetarianos.

Contudo, existem comportamentos que podem ser mais benéficos que outros. Optar por uma alimentação vegetariana ou mais próxima disso, evitar comer e utilizar produtos de origem animal, evitar todo o tipo de exploração animal, tem enormes benefícios para todo o mundo. E tendo nós o conhecimento de todos os problemas causados pela industria da carne e da exploração animal, se podermos escolher o tipo de alimentação e os produtos que consumimos (nem todos podem), seria uma atitude mais sensata e compassiva adotar uma alimentação que gere menos sofrimento e evitar o consumo de produtos que contribuem para a exploração animal. Sendo que, isso por si só não faz ninguém nem mais, nem menos budista; nem mais, nem menos espiritual.

O rótulo de ser ou não ser vegetariano ou vegan também é irrelevante, ser mais flexível e minimizar o consumo de produtos de origem animal sem que seja “100% vegetariano” (flexitarianos ou semivegetarianos) já é um passo em frente bastante benéfico. Os budistas vegetarianos deverão ter cuidado para não caírem nas armadilhas do ego e não aumentarem o senso de identidade, de auto-apego, e o sentimento de pertença a um clube especial. Quando existe um sentimento de superioridade em relação ao outro, de orgulho e vaidade, porque se adopta certo comportamento, é bem provável que se esteja longe de ser “mais espiritual”.

Para finalizar, um budista não precisa de ser vegan ou vegetariano, não existe essa obrigação, mas se lhe for possível é uma forma de se alimentar e viver mais adequada e benéfica; se não conseguir (os budistas não são perfeitos) ou não for possível, seria bom pelo menos a diminuição do consumo de produtos de origem animal; devemos reconhecer que podem existir dificultadas concretas em aderir ao pleno veganismo, mas podemos apontar para esse ideal e chegar o mais próximo que nos for possível. O budismo é um caminho gradual, com o amadurecimento da prática e o aumento do nível de consciência, geralmente a tendência é precisamente a redução desse tipo de consumo.

Sugestões de leitura e visionamento (links externos):

Veja também:

7 comments

  1. Religiões que pregam amor e caridade a todos os seres vivos, se contradizem estrondosamente quando são tolerantes à matança de um animal para consumo humano. Nenhum inocente nasceu para morrer antes da hora a fim de alimentar presumidas “majestades humanas “. Compaixão deveria ser o foco, sentir a dor do outro, eis a questão; religião é secundário, ter uma ou não. Às vezes alguns ateus que não possuem crença alguma, são os primeiros a se lançar em águas geladas para salvar um “simples ” cão. Animais são irmãos, machuca-los é um crime tanto quanto ferir um bebê ou um idoso. Quem ama não mata, salva.

  2. Não vou julgar se é certo ou errado comer carne de animal ou não,sigo o Budismo como filosofia de vida e não como religião.Bem ,enfim,no meu conceito pessoal o q tem q ser analisado é se temos ou não condições de fazer uso disso ou daquilo,o consumo consciente é prioridade.A questão é “preciso disso ou daquilo mesmo?Tenho condições físicas e psicológicas p abrir mão disso ou daquilo?”Sigo a lei da sobrevivência ( o q da p agora ,neste momento?!),busco sim diminuir o sofrimento de um modo geral .”O q da p mim fazer neste momento? Da p evitar isso ou daquilo?Se der ótimo e se não der ótimo TB ,afinal busco ter consciência da minha situação ( deixando ciente q evito o prazer das coisas como dormir em casa,ter um guarda roupa lotado,ter mil eletro domésticos,sair,curtir,ir ao cinema,shopping,comer apenas o gosto e do meu feito,assistir tv,conversar com os amigos q falam demais e sobre tudo de qualquer feito)…e mesmo tudo q escrevi não me faz melhor q ninguém.

    1. Se quero ser feliz, não infelicito. Se quero viver, não mato. Impossivel estabelecer uma conexão com a Divindade carregando no estômago pedaços de animais esquartejados, nossos irmãos. Não somos tão importantes assim nem estamos com essa bola toda que nos permita matar um animal e fatia-lo, apenas para mastigar um sanduiche. Animais não nasceram para serem mortos porque assim como nós, estão a caminho da evolução e precisam viver, é um direito deles. Religiosos já deveriam ter intuído que a compaixão e a misericórdia pelos inocentes, é o nosso passaporte para Deus. Se ainda não perceberam ainda o óbvio ululante, melhor seria fossem ateus.

      1. Eu queria reforçar que o budismo é para todos, indo ao extremo, inclusive para pessoas de má indole que se queiram transformar. O Buda chegou mesmo a ter um discípulo que foi o que hoje em dia se chama de serial killer. Nos países de maioria budista uma grande parte dos budistas não são vegetarianos. É certo que por questões obvias muitos budistas tendem a ser vegetarianos, mas não é uma obrigação. O budismo também é um caminho gradual.

  3. Também gostaria de, humildemente, reforçar que o Veganismo é para todos, inclusive para ex caçadores, ex pecuaristas, ex empregados de Matadouros que se cansaram de derramar sangue inocente e puro, muitas vezes mais puro do que o nosso. No entanto o contraditório está em se compadecer de uns, mas de outros não, de uma espécie em desfavor de outras, tendo em vista o direito, comum a todos, de viver e ser feliz.

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