Ajahn Brahm acredita que sim e explica porquê.
«Como budistas, independentemente da tradição, tomamos refúgio no Buda, Dhamma e Sangha. O refugio sempre esteve no Buda, Dhamma e Sangha, nunca esteve em “Buda, Dhamma, Ajahn Brahm”, nunca em “Buda, Dhamma, o seu guru, professor ou roshi”. Buda, Dhamma e Sangha.
O problema surge quando tomamos refugiu numa pessoa, não na instituição de uma Sangha. E quando temos uma pessoa que recebe poder – o poder corrompe, o poder corrompe absolutamente. Então tentamos conseguir instituições budistas sem ninguém como líder.
Antes do Buda falecer, no Mahaparinirvana Sutta os discípulos perguntam a ele: “quem assumirá a sangha, o budismo, depois de você falecer?” E o Buda respondeu: “ninguém assumirá o controlo. Os ensinamentos, o treinamento – esses serão os vossos professores de agora em diante.” E às vezes nos esquecemos disso e colocamos pessoas em posições de poder em vez de colocarmos os ensinamentos, o treinamento, em posições de poder.
Costumo dizer aos universitários que a democracia mais duradoura do mundo é a sangha budista. A nossa constituição é totalmente democrática, um monge, uma monja, um voto. Não temos lideres como tal. E esse é o lema que tenho no mosteiro onde estou. Muitas vezes sou derrotado pela minha sangha e tenho orgulho disso. Se eles sempre seguissem o que eu queria, eu ficaria muito preocupado. Se me deram esse poder, mesmo com o melhor do mundo, você vai abusar.
Então deixe a comunidade, a democracia ter esse poder, não uma pessoa.»
Fonte: Why the Buddhist Sangha is the World’s Oldest Democracy (YouTube Lion’s Roar)
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