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Thich Nhat Hanh, um dos grandes mestres budistas do nosso tempo, morre aos 95 anos

Thich Nhat Hanh faleceu hoje no Templo Tu Hieu, o templo budista vietnamita onde foi ordenado aos dezasseis anos. A Comunidade Internacional Plum Village divulgou o seguinte comunicado sobre a morte de Thich Nhat Hanh:

“A Comunidade Internacional Plum Village de Budismo Engajado anuncia que o nosso amado professor Thich Nhat Hanh faleceu pacificamente no Templo Từ Hiếu, em Huế, Vietname, às 00:00 horas do dia 22 de janeiro de 2022, aos 95 anos. Convidamos a nossa família espiritual global a tirar alguns momentos para ficar em silêncio, voltar à nossa respiração consciente, enquanto juntos mantemos Thay em nossos corações, em paz e gratidão amorosa por tudo que ele ofereceu ao mundo.”

Thay popularizou a mindfulness em todo o mundo, escreveu dezenas de livros e foi um grande incentivador do envolvimento da comunidade budista com as preocupações sociais, políticas e ambientais.

“Por favor, não construam uma stupa para mim. Por favor, não coloquem as minhas cinzas num vaso, não me prendam dentro e limitem quem eu sou. Sei que isso será difícil para alguns de vocês. Se você tiver que construir uma stupa, por favor prometa que vai colocar uma placa nela que diz: “Eu não estou aqui”. Além disso, você também pode colocar outra placa que diz: “Eu também não estou lá fora”. E uma terceira placa que diz: “Se eu estiver em algum lugar, é na sua respiração consciente e nos seus passos calmos”. — Thich Nhat Hanh

Imagem de destaque: © Cortesia da Comunidade Plum Village de Budismo Engajado.

Confira alguns posts com ensinamentos do Thay ou sobre ele:

6 comments

  1. Prezado

    Bom dia

    Estou com uma dúvida sobre renascimento, a saber:

    Como por exemplo um ser humano pode criar karma (ações) para renascer com um ser por exemplo na região abissal do Oceano se enquanto seres humanos não temos contato com esses seres? Que tipos de karma seriam criados pela mente para renascer assim?

    Um grande abraço e muitas felicidades

    Luiz

    1. Olá Luiz. Obrigado pelo seu comentário/pergunta.

      Esse tipo de pergunta é melhor ser respondia diretamente por um mestre.

      Mas a meu ver o mais importante que nós devemos retirar sobre os ensinamentos do karma é que ações têm consequências (vipaka). Boas ações promovem consequências positivas, más ações promovem consequências negativas. Você pode verificar isso na sua própria vida, se fizer muitas ações negativas, a probabilidade de sofrer consequências negativas aumenta muito. Com relação ao renascimento, o tipo de mente que você cultiva nesta vida é o que se manifestará numa eventual vida futura. Se você cultiva um tipo de mente obtusa ou cheia de negativada, pode nem conseguir sustentar um novo nascimento humano, mas também é improvável que se “transforme” num ser com uma mente demasiada distante da humana. Mas o karma é demasiado complexo e emaranhado para nós conseguirmos perceber todos esses detalhes, de como ou onde exatamente se irá dar um renascimento. Só atingido um estado búdico poderá ser possível entender todos esses detalhes. Mas como lhe digo não é assim tão relevante saber esses pormenores. O que é importante é entender o conceito geral de karma-vipaka, perceber isso na nossa própria vida e cultivar uma boa mente.

      Nos seguintes artigos estão alguns vídeos assim como diversos links com informações que lhe podem ajudar a entender o karma e o renascimento, sugiro que você confira: https://olharbudista.com/2016/04/06/karma/https://olharbudista.com/2016/03/28/o-renascimento-no-budismo/

      Abraço e felicidades,
      Ricardo S.

  2. Olá Ricardo

    Bom dia

    Muito obrigado pela resposta. Agora uma outra dúvida:

    Por que alguns monges theravadas usam o manto monástico na cor vinho? Geralmente é amarelo ou laranja. Qual seria o significado da cor vinho, amarelo e laranja?

    Um grande abraço e muitas felicidades

    Luiz

    1. Olá Luiz. A cor vinho é usada pelos monges theravada birmaneses. Na época do Buda os monges usavam como manto vários tipos de trapos velhos, como panos descartados e até panos que serviram para enrolar cadáveres. Esses panos eram costurados e fervidos com cascas de algumas árvores para que ficassem mais limpos e não tivessem um odor desagradável. Por isso os mantos ficavam com uma cor alaranjada. Julgo ter lido que essa cor servia também como sinalização, por exemplo como os monges andavam pela floresta, era mais fácil durante a noite serem identificados e não levarem com uma flecha de algum caçador. Na época do Buda existiam vários grupos religiosos, esse manto também deveria servir para identificar os monges budistas.

      Conforme o budismo se foi espalhando para outros países e culturas, e foram surgindo diferentes escolas budistas, os mantos também foram ganhando novas cores. Mas mesmo dentro de um mesmo país podem existir diferentes tonalidades, por exemplo os monges da tradição theravada das florestas tailandesas, usam um laranja mais acastanhado, o que é diferente de outras escolas da Tailândia. E até mesmo dentro de uma mesma escola podem existir diferenças conforme a graduação.

      Um abraço e fique bem.

  3. Olá Ricardo

    Bom dia

    Muito obrigado pelas respostas. Parabéns pelo excelente site.

    Muita saúde e paz

    Luiz

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