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Como novas descobertas estão mudando a história budista

Novas descobertas sugerem que o budismo se espalhou mais amplamente, durou mais tempo e foi mais influente do que imaginávamos. Esta é a premissa de um extenso artigo do Hindustan Times.

Segundo o Jornal Hindustan Times, uma série de escavações e descobertas casuais mostram que a história do budismo, que começou há cerca de 600 a. C. e entrou em declino no século 13 d. C. em várias áreas da Ásia, ainda contém muitas surpresas.

Sítios recém-descobertos no Uzbequistão são evidências de que o budismo se espalhou para mais longe do que se pensava. Stupas e esculturas que datam de 2.000 anos mostram que o budismo fluiu para novos territórios mais cedo. E magníficos complexos de mosteiros são a prova de que as instituições budistas exerceram ainda mais influência do que se pensava anteriormente, sobre o comércio, o desenvolvimento urbano, os sistemas económicos e a vida cotidiana.

Nas escavações foram descobertas estruturas de pedra, esconderijos de moedas, placas de cobre, mantras perfurados em folhas de ouro, inscrições em folhas de palmeira e em marfim, murais coloridos e escrituras em pelo menos 20 idiomas.

KTS Sarao, ex-chefe de Estudos Budistas da Universidade de Delhi, diz que uma mistura do sagrado com o não-sagrado era inevitável, e por isso o budismo deixou para trás tamanha riqueza. “Monges que divulgavam os ensinamentos do Buda, por motivos de segurança viajavam ao longo da Rota da Seda com grupos de mercadores; os mercadores, por sua vez, contavam com eles para obter apoio espiritual nessas viagens arriscadas”, diz Sarao. Com o tempo, os santuários surgiram em pontos de descanso, tornando-se uma constante numa paisagem incerta. “Eles cresceram para incluir armazéns, fábricas, bancos e casas de hóspedes, permitindo que os monges se beneficiassem não apenas do patrocínio real, mas também do comércio local.”

No estado de Bihar, na Índia, onde se diz que o Buda atingiu a iluminação, esforços estão sendo feitos para desenterrar um centro administrativo que até agora só existia em textos. Um mosteiro chefiado por uma mulher foi encontrado lá, e em Odisha, há evidências de um complexo de meditação incomum aberto a monges e monjas. No Afeganistão, mosteiros localizados ao lado de minas de cobre revelam como monges ricos exerciam influência sobre a região. Paquistão, Nepal, Bangladesh, China e Japão são alguns dos outros países onde são reveladas novas descobertas.

“Sri Lanka, Tailândia e Mianmar fizeram um trabalho admirável na preservação de monumentos budistas”, diz Sarao. Na Índia, no entanto, os locais budistas não marcados são frequentemente confundidos com templos hindus pelos habitantes locais. Os ídolos de Buda são adorados como Shiva, os pilares de Ashokan são considerados lingams. “Devemos trabalhar juntos para preservar o legado do Buda”, diz Sarao. “Os seus ensinamentos são mais relevantes do que nunca.”

Os arqueólogos estão recriando partes da história que não são encontradas nas escrituras. Eles estão rastreando como os ensinamentos budistas viajaram no sentido horário para fora da Índia central, espalhando-se pelo noroeste da Ásia e depois para a China e mais a leste ao longo de 1.000 anos.

Imagem de destaque: Templo Angkor Wat, Camboja.

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