Ensinamentos Meditação

COVID-19: Este é o momento para praticar

Meditação analítica que examina o nosso medo e ansiedade relacionado ao coronavírus, encorajando-nos a ficar com os pés assentes no chão, a regozijar-nos com a nossa boa sorte e a pensarmos nos outros.


O texto que se segue é a tradução autorizada do texto original: “Coronavirus: This is the time to practice”, da Ven. Thubten Chodron. Transcrito a partir da Meditação Guiada (analítica) disponível em vídeo e áudio no link acima.

Com relação ao coronavírus, pergunte a si mesmo: “do que especificamente eu tenho medo?” Se você tem medo de um ente querido ou de um amigo íntimo, especificamente o que você tem medo que aconteça com eles? Que eles fiquem doentes? Isso faz parte do samsara e eles já estiveram doentes muitas vezes antes. Se você tem medo que eles morram, isso acontecerá em algum momento. Não podemos controlar isso, faz parte do samsara. Você tem medo por você mesmo? Em caso afirmativo, o que especificamente você tem medo que aconteça com você?

Você tem medo de ficar doente ou sentir dores? isso também faz parte do samsara. Você não pensou nisso na meditação? Você meditou sobre a morte? Você tem medo de que o mundo desmorone? Que outras coisas você teme que acontecerão? Quais são as coisas específicas de que você tem medo?

Se você tem medo de que ocorra o caos, todos ouvimos ensinamentos do treino mental e como transformar a adversidade no Caminho. Você os praticou? Eles são firmes na nossa mente? Se sim, então não há razão para ter medo. Se não, então temos tempo para nos familiarizarmos com esses ensinamentos.

E pense na sua vida, como você teve a sorte de ter encontrado o Dharma. Você praticou a purificação, acumulou méritos, ouviu muitos ensinamentos e plantou sementes de Dharma na sua mente. Isso traz a você um certo sentimento de satisfação e alegria por ter levado uma vida com sentido e propósito? Que você está mais perto de despertar agora do que no começo desta vida?

Tente se alegrar com o que você fez nesta vida e depois aspirar a continuar com isso em vidas futuras. Especialmente para superar a mente egocêntrica, o auto-apego, para alcançar o despertar total para que possamos ser de grande benefício para os seres sencientes, por quanto tempo for necessário. Isso é bom, mas tenha a sensação de que você fez algo realmente útil nesta vida e fique satisfeito.

Créditos: Dharma Friendship, Sravasti Abbey, Thubten Chodron.
Esta tradução também foi publicada no thubtenchodron.org.

Veja também:

1 comment

  1. Para aqueles que entenderam, a Pandemia chegou para reformular conceitos, induzindo ao despojamento, à simplicidade, ao desapego, à valorização do que realmente importa. O luto na casa ao lado nos induz à reflexão sobre a fragilidade da existência humana afim de que consideremos sua transitoriedade, inconsistência e precariedade. A prisão compulsória, portas a dentro dos lares, nos remete à liberdade para dentro de nós mesmos, onde é possível caminhar sem limites de paredes. No entanto, para os que não entenderam, a Pandemia trouxe insegurança, medo, desconforto, uma problemática existencial para a qual não estavam preparados nem amadurecidos para encontrar alguma luz nessa escuridão. Estes inconformados e teimosos, se recusaram à reclusão e saíram para encontrar amigos e beber com eles, afogando na mesma ilusão de sempre suas perguntas sem respostas. Muito normal sentir medo diante do desconhecido e esse vírus é uma ameaça invisível e mortal que deve ser levada a sério, sem brincadeiras ou inadequadas demonstrações de valentia. No entanto vence quem se dobra, quem curva a cabeça, quem se ajoelha e ora, encontrando na fé esse arrimo bendito onde se apoiam aqueles que venceram sem precisar desembainhar a espada. A Pandemia chegou para terráqueos encontrarem o ponto de equilíbrio de nivelar vaidades, presunções, supremacias, e endeusamentos inúteis e supérfluos nessa hora grave de introspecção e descobertas dos valores reais de cada um.

Deixe um comentário