Ainda que o Natal não seja uma tradição budista, isso não quer dizer que os budistas não se envolvem com o Natal, principalmente os budistas ocidentais. Há budistas que podem-se envolver mais com o Natal e as suas festividades, e outros menos, vai depender de cada um.
Tradicionalmente no Natal existe a troca de presentes e no budismo a doação, generosidade e compaixão são muito importantes. É também importante que a ação de dar não seja apenas mais um ritual consumista, mas que o ato de presentear seja uma forma de demonstração de afeto, de que se interessa pela pessoa e que ela é importante, de a querer fazer feliz.
Um presente também não tem de ser algo necessariamente caro ou de grande valor material. Você pode oferecer um cartão com uma mensagem sua dizendo o quanto a pessoa é importante; um presente feito pelas suas próprias mãos também é uma excelente ideia, como um objeto de decoração ou algum produto de beleza caseiro; você também pode oferecer o seu tempo, como um passeio na praia; ou oferecer experiências, como workshops, cursos, bilhetes para algum festival, um jantar em algum lugar agradável, etc. Oferecer dinheiro também poderá ser uma boa hipótese, pois geralmente sempre faz falta e dá a liberdade de a pessoa aplicar no que achar mais útil; mas é um gesto normalmente de menor esforço e com uma menor carga emocional e afetiva, e por isso dependendo do tipo de pessoa, da relação e também do valor, só oferecer dinheiro pode eventualmente não ser a melhor opção. As possibilidade são inúmeras, o presente vai depender muito da relação que se tem com a pessoa.
É irrelevante se ela é budista ou não, o exposto acima serve para qualquer pessoa. Mas se você entrou neste post, é provável que o que pretende é oferecer algum objeto relacionado com o budismo, seguem então algumas sugestões:
- Estátua de Buda ou de Bodhisattvas
- Incenso
- Japamala / Juzu (rosário budista, você até pode fazer um com as suas próprias mãos)
- Zafu (almofada para meditação)
- Zabuton (pequeno colchão que pode ser utilizado debaixo do Zafu)
- Tapete de Yoga
- Oryoki (conjunto de tigelas para refeição formal, utilizadas principalmente em retiros do Budismo Zen)
- Arte Zen (pinturas, bonzais, etc)
- Gongo Rin (semelhante às taças tibetanas mas da tradição Zen)
- Taça Tibetana
- Thangka (pintura budista tibetana em tecido)
- Dorje (Dorje em tibetano ou Vajra em sânscrito, significa diamante ou raio. É um dos símbolos do Budismo Tibetano. Simbolicamente é capaz de cortar qualquer coisa, incluindo a ignorância e as ilusões. Representa o esclarecimento, despertar, iluminação, a realidade absoluta. É utilizado em cerimónias do budismo tibetano)
- Sino Tibetano (normalmente é utilizado juntamente com o Dorge)
- Livros [Post]
Estás são apenas algumas sugestões, mas existem muitas outra possibilidades.
Tenha em atenção que para um budista, objetos como as estátuas, thankas, japamalas, etc, não são utilizados (ou pelo menos não deviam ser) como mera decoração ou adorno. Há também objetos que têm a imagem de Buda apenas porque vende bem mas que não têm nada haver com o budismo e que até são desrespeitosos, como chinelos com a imagem de Buda. Não compre esse tipo de coisas. Além disso, um budista também pode não ter interesse em objetos que tradicionalmente não são utilizados na sua linhagem. Tente por isso verificar se a pessoa tem necessidade ou interesse pelo objeto budista que pretende oferecer, não é por a pessoa ser budistas que quer mais objetos.
A dica acima serve para qualquer tipo de presente. Se a pessoa não precisa ou não tem interesse no que é presenteado, o que estamos a dar é trabalho, pois a pessoa vai ter de trocar ou descartar, ou então vai deixar mais uma “tralha” acumulada em casa. A intenção é importante, mas se juntar a intenção com utilidade melhor.
Tente optar por ofertas mais ecológicas e evite as que geram muito lixo e que sejam de pouca utilidade. Evite também oferecer álcool (nem todos, mas normalmente os budista evitam beber álcool porque tentam seguir os 5 Preceitos).
A generosidade pode ser expressa de várias formas, ninguém se devia sentir obrigado a oferecer presentes, nem ninguém se devia endividar por causa do Natal e de um hábito social. A melhor oferta pode ser mesmo estar integralmente presente. E claro, seja generoso no resto do ano, não apenas no Natal!
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