Ação no Mundo Ensinamentos Theravada

O que fazer para melhorar o mundo?

. . . melhore a si mesmo!

O mundo é uma expressão de nós mesmos, quanto melhor forem os seres humanos, melhor será o mundo. Não conseguimos melhorar a totalidade do mundo, mas cada um pode melhorar a si mesmo.

Num artigo da UOL, Ajahn Mudito fala-nos do que podemos fazer para melhorar o mundo. Ajahn Mudito acha que não faltam pessoas querendo fazer o bem, mas sim pessoas capacitadas para o fazer. Por exemplo, todos querem proteger o meio ambiente, mas ninguém quer abrir mão do conforto ou prazer dos bens materiais. Todos querem paz, mas ninguém quer abrir mão do prazer e da vaidade em estar certo e ter razão. Todos querem que as pessoas sejam melhores, mas ninguém quer comportar-se corretamente.

Dentro da visão do budismo, ter boa intenção não é suficiente, é preciso desenvolver a capacidade de trazer essa boa intenção à vida. Uma boa pessoa não é aquela que tem boa intenção, mas aquela que além disso, possui todas as as qualidades que tornam essa boa intenção uma realidade.

Existem inúmeras qualidade que se pode desenvolver e infinitas formas de ser boa pessoa. Ajahn Mudito indica-nos 4 qualidades básicas:

  • Bem-querer: Bem-querer pelas pessoas, pelo mundo ao redor, inclusive os objetos inanimados. Não desejar a dor, não achar divertido ou engraçado o sofrimento alheio. Estar disposto a ver as coisas sobre o ponto de vista de quem lhe ofende. Não desejar o mal a ninguém, desejar que todos alcancem o bem-estar, que sejam felizes e possuidores de boas qualidades.
  • Sabedoria: Entender o que ajuda as pessoas e não ajuda; saber o momento de atuar e quando não se deve fazer nada. Essa qualidade possui 3 fontes: experiência, aprendizagem e convívio. Não tenha medo de experiências, não negligencie as palavras de pessoas sábias, busque a companhia de pessoas sábias e evite as ruins.
  • Disposição: Se já é capaz de sentir amizade pelo mundo e já sabe como ajudar, vença a preguiça e mãos à obra!
  • Renúncia: A incapacidade de renunciar é um dos maiores obstáculos à disposição. As pessoas até querem ajudar mas não querem abrir mão deste ou daquele prazer, não querem sentir desconforto, assumir compromissos, etc. A renuncia é uma qualidade vital para quem quer mudar ou fazer algo, principalmente hoje em dia em que a vida está repleta de confortos e distrações.

Podemos constatar que mudar o mundo só pode ocorrer se mudarmos a nós mesmos. Isso porque, para fazer o bem, é preciso primeiro ser uma boa pessoa.

Olhando para o passado podemos ver os vários exemplos de pessoas que achavam que estavam fazendo o bem, mas na verdade fizeram o mal. Várias pessoas foram torturas e queimadas porque outros queriam preservar a palavra de Deus; milhares foram enviados para câmaras de gás porque um grupo de pessoas queria o bem da nação; milhares morreram à fome para que um novo sistema politico fosse estabelecido para o bem da sociedade. Isso tudo foi feito em nome do bem por pessoas ruins. Portanto, o primeiro passo é mudarmos a nós mesmos, e se achamos que já somos bons o suficiente, é quase certo que isso só demonstra o quão grande é a nossa cegueira espiritual e que ainda temos o longo caminho a percorrer.

Conforme diz Namkhai Norbu Rinpoche: “A verdade é que uma sociedade melhor só surgirá através da evolução do indivíduo. Isto acontece porque a sociedade é formada por milhões de indivíduos. Para contar até um milhão, tem que se começar com o número um, o que significa que tem que se começar com o indivíduo, o único lugar real em que se pode realmente começar a mudar alguma coisa.”

Sugestão de palestra (link externo):

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