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David Bowie, o “Camaleão do Rock” que quase se tornava monge

Bowie recebeu o apelido de "camaleão" por causa das constantes renovações da sua imagem. Ele foi uma figura importante na música popular e é considerado um dos músicos populares mais inovadores e ainda influentes de todos os tempos. No início da carreira, David Bowie esteve quase a se tornar num monge budista.

David Bowie morreu a 10 de Janeiro de 2016, dois dias depois de ter completado 69 anos e de ter editado o disco “Blackstar”. Hoje, data em que completaria 70 anos, várias cidades comemoram o seu legado.

Bowie recebeu o apelido de “camaleão” por causa das constantes renovações da sua imagem. Ele foi uma figura importante na música popular e é considerado um dos músicos populares mais inovadores e ainda influentes de todos os tempos, sobretudo por seu trabalho nas décadas de 1970 e 1980, além de ser distinguido por um vocal característico e pela profundidade intelectual de sua obra. A sua influência está em todo o lado: na música, na cultura visual, na moda, nos estilos de vida.

Ele também foi pioneiro em disponibilizar músicas para download. Em 1996 ele disponibilizou exclusivamente pela internet o single “Telling Lies”.

Era músico, cantor, compositor ou letrista, mas acima de tudo era um artista total, alguém que foi capaz de compreender antes de todos que o rock era também a possibilidade de afirmar um novo universo cultural, um outro imaginário, renovadas formas de ser e de existir.

“Fez sempre o que quis. Queria fazer as coisas à sua maneira e da melhor forma. A morte foi como a sua vida – uma obra de arte. Fez Blackstar para nós como prenda de despedida. Há um ano que eu sabia que ia ser assim. No entanto, não estava preparado. Era um homem extraordinário, cheio de amor e vida. Estará sempre connosco. Por enquanto, o que há a fazer é chorar.” Escreveu Tony Visconti, produtor e seu colaborador desde os anos 1960.

Em Bowie: A Biografia, o escritor Marc Splitz conta que em 1967, no início da carreira, David quase mudou-se para um mosteiro budista em Edimburgo, na Escócia.

Chögyam Trungpa Rinpoche, que nos anos seguintes se mudaria para a América do Norte, estava no Mosteiro Samye Ling em Edimburgo, na Escócia. “Eu estava à menos de um mês de ter a minha cabeça rapada, e de tomar os votos para me tornar um monge.”, disse Bowie sobre esse período de sua vida. Mas, ele estava dividido e então procurou Trungpa para aconselha-lo. Trungpa disse que ele deveria continuar a ser um músico, pois desta forma ele poderia causar maior benefício.

O Lama Chime Rinpoche, que chegou na Grã-Bretanha como refugiado em 1965, também foi professor e amigo de David Bowie.

Tendo sido criado num mosteiro no Tibete e depois de ter vivido como refugiado na Índia, Chime esteve na Grã-Bretanha e estava dando lições de meditação num pequeno centro budista no norte de Londres, quando um visitante bateu na porta perguntando por ele.

“Eu disse, venha jovem. Por que veio ver-me?” Chime lembra. “Ele disse, eu quero me tornar um monge. Perguntei-lhe, qual é o seu talento? E ele disse música. Eu disse, então não se torne monge; você faz música. E desde aquele dia foi o que ele fez.”

David Bowie Budista
David Bowie, o “Camaleão do Rock” que quase se tornava monge

David Bowie descobriu o budismo no início da adolescência. “Quando eu tinha uns dezanove anos eu tornei-me budista do dia para noite.”, lembrou ele em 1997. “Nessa idade um livro muito influente para mim era um livro chamado “Sete Anos no Tibet”.” Heinrich Harrer, o autor do livro, foi um dos primeiros ocidentais a passar algum tempo no Tibete. A canção “Silly Boy Blue” foi inspirada pelas descrições de Harrer sobre Lhasa e o Palácio de Potala.

Ele envolveu-se, pública e privadamente, em causas tibetanas, tocando em benefício da Tibet House de Nova York e falando na imprensa sobre o assunto. Ele gravou uma versão de “Seven Years” em chinês mandarim, tendo sido a canção número 1 em Hong Kong, antes de ser controlada pela China.

Em The Buddha of Suburbia, banda sonora composta para uma série de televisão livremente adaptada do livro The Buddha of Suburbia (1900) de Hanif Kureishi, Bowie explorou novas direções. O disco trazia alguns dos novos elementos introduzidos no Black Tie White Noise, e também sinalizava uma mudança para o rock alternativo.

Confira algumas músicas de David Bowie:

Silly Boy Blue

As montanhas de lhasa estão sentindo a chuva
Pessoas estão andando pelas rotas de botella
O padre vai até a escola
Um garoto quebra uma regra
Triste garoto bobo, triste garoto bobo

Estátuas de manteiga de iaque que derretem no sol
Não pode dissolver todo o trabalho que você não fez
Um noviço budista gosta de sentir
Que ele mesmo paga as contas
Triste garoto bobo, triste garoto bobo

Você deseja e deseja, e deseja outra vez
Você tentou tanto voar
Você nunca mais deixará seu corpo
Você tem que esperar para morrer
La la la la la la la la la la (x2)
La la la la la (x2)
Triste garoto bobo, triste garoto bobo
Filho do tibet, você é um presente do sol
Reencarnação de um homem melhor
A estrada para a pátria é longa
Você deixou suas preces e cânticos
Triste garoto bobo, triste garoto bobo
Triste garoto bobo, triste garoto bobo

Tradução de: letras.mus.br

Seven Years in Tibet

Você está bem? Você levou um tiro na cabeça
“E eu estou segurando seu cérebro,” a mulher velha disse.
Então eu bebo na escuridão
De um céu a tarde, não vejo nada mais.

As estrelas parecem tão especiais, e a neve parece tão velha.
A forma fraca está flutuando sobre a área de yoga.
Tempo para perguntar as montanhas
Por que porcos podem voar? Não é nada demais

Eu elogio você
Nada vai passar
Eu elogio você.
Nada vai passar.

Eu elogio você

Eu elogio você
Nada vai passar
Eu elogio você.
Nada vai passar.

Eu elogio você
Nada vai passar
Eu elogio você.
Nada vai passar.

Nada vai passar

Nada

Tradução de: letras.mus.br

The Buddha of Suburbia

Vivendo em mentiras pela linha ferroviária
Empurrando o cabelo dos meus olhos
Elvis é inglês e sobe os morros
Não posso dizer a besteira das mentiras
Gritando junto ao sul de londres
Vicioso, mas pronto para aprender
Às vezes eu temo que o mundo todo seja gay
Às vezes, mas sempre em vão

Então eu vou esperar até que estejamos sãos
Esperar até que sejamos abençoados e tudo mais
Cheio de sangue, amar a vida e tudo o que ela tem para dar
Ingleses ficando loucos
De joelhos no subúrbio
De joelhos em mim em todos os sentidos

Com grandes expectativas eu troco todas as minhas roupas
Não se deve desintegrar-se em prata e ouro
Gritando acima da estação central de londres
Nunca nasci, então eu nunca vou ficar velho

Então eu vou esperar até que estejamos sãos
Esperar até que sejamos abençoados e tudo mais
Cheio de sangue, amar a vida e tudo o que ela tem para dar
Ingleses ficando loucos
De joelhos no subúrbio
De joelhos em mim em todos os sentidos

Dia após
Dia após
Dia
Dia após
Zane, zane, zane
Abre o cão
Dia após
Dia
Dia após
Zane, zane, zane
Abre o cão

Tradução de: letras.mus.br

Karma Man

Sol na ponta do dedo em tendas de circo, eles jogam as
bolas de pêlo de coco que se esconde atrás de máscaras coloridas que cegam os olhos
mãe de cada criança possui um cone de sorvete, eles circulam em volta
Percebida desconhecido por um olho que os seus pares de um buraco no tenda onde ninguém vai
A figura sentada de pernas cruzadas no chão, ele está entupido e vestidos com túnicas cor de açafrão
Suas contas são tudo o que ele é dono

Devagar, devagar
Alguém deve ter dito que atrasá-lo
Devagar, devagar
É retratado nos braços do homem Karma

Conto de fadas da pele, com cenas de jardins zoológicos humanos
brinquedos impermanentes como a paz e a guerra, um rosto gentil que você já viu antes
Karma Man tatuado em seu lado, a roda da vida
Eu vejo meus tempos e que eu estive Eu só vivo agora e eu não sei porque
eu lutar duro para tirar essas fotos, mas
Todos os meus amigos podem ver é apenas a coloração rosa da pele dele

Devagar, devagar
Alguém deve ter dito que ele abrandou
Devagar, devagar
É retratado nos braços do homem Karma

Devagar, devagar
Alguém deve ter dito que ele abrandou
Devagar, devagar

Tradução: vagalume.com.br

Wild Eyed Boy From Freecloud

Solene enfrentados, a vila se estabelece, sem ser detectada pelas estrelas
E o carrasco toca bandolim, antes que ele vai dormir
E a última coisa em sua mente
É o Menino de Olhos Selvagem aprisionados em Neath, o eixo coberto de madeira
Dobra a corda em seu saco
Sopra o cachimbo, cobertores fumam na sala
E o dia vai acabar para alguns como a noite começa para uma

Olhando fixamente através da mensagem em seus olhos, fica um filho solitário
Do monte chamado Freecloud onde as águias não se atrevem a voar
E a paciência em seu suspiro
não dá nenhuma indicação para os homens da cidade para decidir
Assim, os bocejos receosos da vila
pronunciando desvio bruto como o rótulo para o cão
oh é a loucura em seus olhos quando ele quebra a noite a chorar

É realmente eu
Realmente você e realmente eu
É tão difícil para nós realmente ser
Realmente você e realmente eu
Você vai me perder embora eu sempre esteja realmente livre

E a montanha moveu seus olhos
Para o mundo assim compreender
Onde a neve tinha guardado um lugar
Para o Menino de Olhos Selvagem de Freecloud

E a Terrível aldeia chorou
À medida que a corda começou a subir
O sorriso permaneceu no rosto
Do Menino de Olhos Selvagem de Freecloud

E as mulheres, uma vez orgulhosas apertaram o coração da coroa
Quanto os pedregulhos esmagados a partir das montanhas em suas mãos
E a magia no olhar do Menino de Olhos Selvagem disse:
Pare, freecloud! Eles não irão pensar para me cortar.

Mas as casas caíram como cartas de baralho
As lágrimas no rosto de um Menino Sábio
Aproximou-se tremendo até o chão
E a mística missionária da paz/amor

Cambaleou para trás a chorar entre as nuvens
Chutando para trás os seixos
A partir da trilha da montanha Freecloud

Tradução de: letras.mus.br

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Referências:

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